O Corredor da Luz
Entrei de novo naquele corredor que percorri durante minha infância.
Certa vez minha irmã me acompanhou,
Seguimos em direção a luz
No final do lado esquerdo
Havia uma porta alta e estreita
O quarto era todo branco
E a cama de metal laqueada,
Um pouco descascada.
Um vidro de éter foi virado sobre meu peito
Esparadrapos retirados
De um arranque
A lamina refez outra incisão,
O odor do liquido abria às portas
Para revelar o coração.
O corpo não anestesiado
Encontrava na dor
A grande viagem,
Nas nuvens
Do nada
Sem passado nem futuro
Mas flutuando no agora.
Minha irmã
Ao lado, desmaiou.
Fernando Fiuza quinta-feira 19 de maio de 2005
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