segunda-feira, dezembro 03, 2007

Belos Horizontes

Aos nove anos lembro-me de apalpar dentro de uma cabaninha, as nádegas claras da moreninha linda, filha do vigia da casa grande e branca. Passeei por elevações consagradas de prazer e retive em minha memória aquele gesto belo de vida... Mais tarde, aos doze, pouco após terem feito um grande corte no meio do meu peito, minhas mãos percorreram os pequenos lábios de Vênus da menina de quinze anos vinda da roça para nossa casa e, correndo cheio de felicidades em direção à igreja que ficava ao lado balancei o turíbulo espalhando a fumaça do incenso no altar, função que tinha como coroinha, em pleno estado de graça. O tempo passou, aprendi a tocar, sentir as mãos, cabelos, pernas, a abraçar agradecendo e louvando como em uma grande oração as extraordinárias fadas que habitam meu povoado. Aprendi também que as lembranças corrompem o presente e que só no contato físico com meus semelhantes, com amor, compaixão, pequenos afetos, carinhos; mais que portas, janelas, escadas, ruas, praças, belos horizontes só são possíveis quando caminhamos juntos pela cidade de mãos dadas com os amores e amigos.

Fernando Fiuza 2/12/07

quinta-feira, novembro 22, 2007

Piscando os olhos

Flertando com pensamentos

Passo as mãos pela pele

Despertando desejos

Sentido o ranger dos dentes

Com a boca fechada

Para a saliva não virar

Baba

Umedeço os lábios

Procurando segundos

De um prazer que se encontra

Atrás daquela esquina

Chamada memória

Fernando Fiuza 19/11/07

terça-feira, outubro 30, 2007

Espaço que ocupa cabeça

Tempo que não pertence a

Atmosfera diurna,

Litoral anêmico do sono

Acorda o fio da compreensão

Onde o desejo

Desperta vontades efêmeras

A procura do ar

Absoluto do agora

Como no oráculo

Dos sonhos

Onde horas equivalem segundos

Vividos no lado escuro da lua

Fernando Fiuza 29/10/07

quinta-feira, julho 12, 2007

paisagem imaginária acrílica sobre tela 150cm x 170cm

Nas pernas nascerão novas penas

Quando líquidos claros que escorrem

Em direção aos doídos dedos, acabarem

O gavião Carcará me olha atento

Fazendo sombra sobre as páginas

Escritas por João

Pássaros enlouquecidos pressentem a morte

Enquanto a televisão não da trégua

Para minhas costas sinuosas

Olho para ave

Faço sons de desenho animado

Ela movimenta suas asas em direção as torres

Observa-me a distancia

Deixando felicidades invadirem

Todas as árvores ao meu redor

Na luz frágil da tarde

Adormeço no azul acinzentado

Da paisagem imaginária

Fernando Fiuza - 11/07/2007

segunda-feira, junho 04, 2007

Vento

Vento, inventor de ruídos Esparrame as folhas secas pela cidade Traga o ar para os pulmões Faça voar os fios dos cabelos Apague todas as marcas deixadas na areia Acelere as nuvens no céu Vento irmão dos movimentos Tenha piedade dos pobres Fernando Fiuza 2007

quarta-feira, maio 02, 2007

Déa Trancoso - cantora

Déa concorre em quatro categorias do Premio TIM de música brasileira, vale a pena escutar se ultimo cd TUM TUM TUM foto fernando fiuza 2007

domingo, abril 29, 2007

desenho poema

A febre sempre volta Às vezes demora, Mas acaba voltando Não adianta criar verdades Para enganar A constante incerteza. Um dia após o outro Minutos de surpresa O mistério divino É o eterno desconhecimento Local onde habita a Musa Tão desejada, estímulo da inquietação. A febre, Febre Fernando Fiuza 28/04/2007

quarta-feira, abril 25, 2007

quinta-feira, abril 05, 2007

batalha naval

Ontem resgatei algumas pinturas e desenhos antigos que estavam em uma garagem onde moraram alguns familiares meus. Fiz uma verdadeira viajem no tempo esse desenho de grandes dimensões foi feito nos idos anos de 1968 quando eu tinha 14 para 15 anos de idade, demorei uns dois meses na sua execução trabalhando diariamente, foi feito com giz de cera sobre papel canson montado em eucatex e mede 120cm x 80cm. Fernando Fiuza