segunda-feira, março 23, 2009
riobaldo
sábado, outubro 18, 2008
o anjo de cabelos negros
Vejo entre varetas
Nuvens e céu azul
Lembro de ter
Na noite anterior
Caminhado
Com os pés inchados
Pelo templo da música
Escutando a voz
Aveludada
Daquele anjo
De cabelos negros
Estranho tempo
Onde a língua
Faz escapar sons
Vindos do mais íntimo
E primário chacra
Acompanhados
Por teclas de grande suavidade
Dando esperança
Ao eterno retorno
Fernando Fiuza 14/08/2008
segunda-feira, julho 14, 2008
domingo, maio 04, 2008
Cabelos encostam no corpo
Causando sensações sutis de prazer paradisíaco
Devolvendo vida ao que estava adormecido.
Na ausência do tato
Palavras solicitam
Inexistência do dito.
Buscando sons significantes
Saídos daquela pele dourada
Encontro ar
Continuo respirando
Prazeres
Acreditando
Fernando Fiuza 2008
sexta-feira, março 21, 2008
quarta-feira, março 19, 2008
Conheci Marco Antonio Através de sua irmã, minha querida amiga Paula no final dos anos setenta e, em pouco tempo ficamos amigos. Tínhamos algo em comum, gostávamos das artes; visuais, poesia e sobretudo música muita musica. Marco teve uma vivencia musical ampla e rica vivendo na Inglaterra e acompanhando bandas como Led Zeppelin, Jethro Tull, Rolling Stones uma grande paixão pelos Beatles e ouvindo concertos de música erudita. Dessas influências como bom brasileiro, amante de Villa Lobos, surgiu sua música. Estudioso, disciplinado com o violão e o violoncelo, criou um estilo pessoal e único que só veio enriquecer musicalmente Minas e o Brasil.
Muitas vezes me pedia para escutar os ensaios do seu grupo para depois comentarmos, o que me ajudou cada vez mais a entender os sons dos instrumentos separados e no conjunto. Realizei cartazes, desenhos, fiz iluminação mas sobretudo fotografei e fotografei muito seus trabalhos. A ele só posso agradecer. Marco Antonio Araujo me fez amar e escutar mais a Musica, mais que um grande amigo, entre um silencio e outro, foi um mestre e disso não tenho dúvidas.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Belos Horizontes
Aos nove anos lembro-me de apalpar dentro de uma cabaninha, as nádegas claras da moreninha linda, filha do vigia da casa grande e branca. Passeei por elevações consagradas de prazer e retive em minha memória aquele gesto belo de vida... Mais tarde, aos doze, pouco após terem feito um grande corte no meio do meu peito, minhas mãos percorreram os pequenos lábios de Vênus da menina de quinze anos vinda da roça para nossa casa e, correndo cheio de felicidades em direção à igreja que ficava ao lado balancei o turíbulo espalhando a fumaça do incenso no altar, função que tinha como coroinha, em pleno estado de graça. O tempo passou, aprendi a tocar, sentir as mãos, cabelos, pernas, a abraçar agradecendo e louvando como em uma grande oração as extraordinárias fadas que habitam meu povoado. Aprendi também que as lembranças corrompem o presente e que só no contato físico com meus semelhantes, com amor, compaixão, pequenos afetos, carinhos; mais que portas, janelas, escadas, ruas, praças, belos horizontes só são possíveis quando caminhamos juntos pela cidade de mãos dadas com os amores e amigos.
Fernando Fiuza 2/12/07